Trecho do meu livro. "Contar uma história comum com emoção
faz dela uma história especial. Uma vida comum não tem sentido nenhum, a menos
que você dê um sentido a ela.
Tem horas que acho que ainda não saí daquela vida de princesa que
escolhi.
Desde sempre...
Desde quando eu morava em uma casinha de madeira alugada com muito
esforço e que entrava vento e lagartixa para todo lado.
À noite, se alguém inspirado nos visitasse logo faria a sequência
do filme "O morro dos ventos uivantes".
Esse era o cenário do meu castelo de conto de fadas.
Acho que sou uma alma velha que nasceu sabendo que o importante
não é o corpo, a matéria.
O que importa é o espírito, a chama de vida que existe dentro de
um corpo.
Nem enxergava a precariedade daquela casinha e só via a sua luz
que me ofuscava os olhos.
Quem conviveu comigo nessa época sabe que foi uma das fases mais
mágicas de minha vida.
As crianças foram criadas no meio de festas e mais festas, que
esbanjavam simplicidade.
Sempre perdida no meio de florzinhas e velinhas, a cada festa
anunciada o Rui me dizia:
"Pra que tudo isso? Ninguém vai ver. É um trabalho
inútil".
Eu sempre continuava com esse meu trabalho inútil.
Até os dias de hoje."
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