A gente demora um pouco para aprender, mas a arte sempre nos ensina
muita coisa. Eu tenho um olhar muito otimista na vida e aprendi que o outro vê
tudo com um outro olhar, diferente do meu.
Eu sei que um artista não deve dar muita importância às críticas, aos elogios. Deve procurar não criar expectativas, porque o que ele vê o outro não está vendo. Só que muitas vezes isso é difícil, porque ele mergulha em um sonho seu muito intenso.
Em geral, as coisas
e as pessoas não são como aparentam ser, não são o que dizem ser e não fazem o
que dizem fazer. Quando você entra em um barco para enfrentar um desafio grande,
como a arte por exemplo, muitas vezes aquele que você contava com uma ajuda
para remar junto desaparece, some. E aquele que nem esperava, te surpreende, pula pra
dentro do barco, pega um remo e te ajuda a navegar.
Qualquer artista
deve estar aberto a essas surpresas, sincronicidades e revelações ao longo do
caminho porque elas fazem valer a pena qualquer travessia por um mar aberto. Se abrir para essa
caixinha de surpresas chamada Universo, poupa decepções e traz alegrias aos encontros mais inusitados.
Se servir isso para alguém, eu aprendi a fazer arte sem criar expectativas e sem esperar nada de ninguém. Faço arte pelo prazer, somente pelo prazer de fazer. Já imaginei minha vida sem cores e não gostei. Como Bob Marley já disse, explicar as coisas que eu sinto é quase como explicar as cores para um cego. Aprendi a usar a arte para explicar o que sinto e através dela escancaro toda a
minha alegria pra fora, mesmo aquela sem sentido, boba, ingênua. Abro todas as minhas portas e janelas, sento na janela
e fico só na espera. Nunca se sabe por onde vai entrar todos os ventos da
primavera.
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