Fala-se muito em envelhecimento do corpo. Mas o pior envelhecimento não é do corpo. As rugas que
mais incomodam não são as do rosto. A ausência de brilho e vigor mais sentida
não é da pele, é da alma.
O triste é morrer e não ficar sabendo. E deixar
acabar tudo. Acabar a curiosidade, acabar a ânsia de conhecimento, acabar o
sonho, acabar o poder de imaginação, acabar a magia.
Uma vez perguntaram a uma poetisa francesa o que ela gostaria de deixar de conselho para seus filhos e netos. Ela disse que o único conselho que daria era para que nunca perdessem a curiosidade diante da vida, porque é ela que traz o prazer de viver e consequentemente a juventude eterna.
Uma vez perguntaram a uma poetisa francesa o que ela gostaria de deixar de conselho para seus filhos e netos. Ela disse que o único conselho que daria era para que nunca perdessem a curiosidade diante da vida, porque é ela que traz o prazer de viver e consequentemente a juventude eterna.
Precisamos cuidar para que o fogo da curiosidade
não se apague nunca, porque começamos a envelhecer quando perdermos o
entusiasmo. Nem que já tenha vivido séculos ou até milênios, nem que já tenha
chegado na era de Aquário, nem que suas raízes cansadas já estejam dando voltas
no globo terrestre, nada disso importa.
Você tem que conservar a sua vontade de viver.
Nem que a deixe de molho para sempre, em uma salmoura bem forte feita de fibras
de uma planta chamada “entusiasmo” originária de uma país exótico e esquecido
chamado “ coração”, para poder aumentar esse seu tempo de prateleira.
Não queira passar a vida no banco de reservas,
esperando para viver. E ninguém pode desistir antes da hora. Não
vale sair antes do jogo terminar porque existem regras. É preciso ouvir o apito
lá de cima, dizendo que o jogo acabou.
Aí sim, é hora de tirar seu time de campo. E não dá
para escapar, ajoelhar, rezar, implorar por uma prorrogação. Até mesmo quem
passou toda uma vida no mar, uma hora vai ter que deixar a embarcação. Porque o barco da vida é como um pássaro pousado na árvore. Um dia vamos
ter que voar. E virar gaivotas.
Quando o telhado começar a se cobrir com a neve, é
preciso deixar arder, alimentar constantemente um fogo aceso na lareira, porque
como os nossos cabelos, a idade embranquece também nossos desejos. Não é o
corpo que primeiro envelhece, adoece e morre, é a alma. O desbotamento, a perda
das cores vem de dentro para fora, sempre. E ninguém quer ficar desbotado.
Reza a lenda que a gente nasceu para ser feliz e
que a vida tem a cor que a gente pinta. Com lenda ninguém discute, só obedeçe.
O negócio é dançar até o sapato pedir para parar. Aí a gente para, tira o
sapato e continua a dançar pelo resto da vida.
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