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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Neve no telhado...

Fala-se muito em envelhecimento do corpo. Mas o pior envelhecimento não é do corpo. As rugas que mais incomodam não são as do rosto. A ausência de brilho e vigor mais sentida não é da pele, é da alma.

O triste é morrer e não ficar sabendo. E deixar acabar tudo. Acabar a curiosidade, acabar a ânsia de conhecimento, acabar o sonho, acabar o poder de imaginação, acabar a magia.

Uma vez perguntaram a uma poetisa francesa o que ela gostaria de deixar de conselho para seus filhos e netos. Ela disse que o único conselho que daria era para que nunca perdessem a curiosidade diante da vida, porque é ela que traz o prazer de viver e consequentemente a juventude eterna. 

Precisamos cuidar para que o fogo da curiosidade não se apague nunca, porque começamos a envelhecer quando perdermos o entusiasmo. Nem que já tenha vivido séculos ou até milênios, nem que já tenha chegado na era de Aquário, nem que suas raízes cansadas já estejam dando voltas no globo terrestre, nada disso importa. 

Você tem que conservar a sua vontade de  viver. Nem que a deixe de molho para sempre, em uma salmoura bem forte feita de fibras de uma planta chamada “entusiasmo” originária de uma país exótico e esquecido chamado “ coração”, para poder aumentar esse seu tempo de prateleira.

Não queira passar a vida no banco de reservas, esperando para viver. E ninguém  pode desistir antes da hora. Não vale sair antes do jogo terminar porque existem regras. É preciso ouvir o apito lá de cima, dizendo que o jogo acabou. 

Aí sim, é hora de tirar seu time de campo. E não dá para escapar, ajoelhar, rezar, implorar por uma prorrogação. Até mesmo quem passou toda uma vida no mar, uma hora vai ter que deixar a embarcação. Porque o barco da vida é como um pássaro pousado na árvore. Um dia vamos ter que voar. E virar gaivotas.

Quando o telhado começar a se cobrir com a neve, é preciso deixar arder, alimentar constantemente um fogo aceso na lareira, porque como os nossos cabelos, a idade embranquece também nossos desejos. Não é o corpo que primeiro envelhece, adoece e morre, é a alma. O desbotamento, a perda das cores vem de dentro para fora, sempre. E ninguém quer ficar desbotado.

Reza a lenda que a gente nasceu para ser feliz e que a vida tem a cor que a gente pinta. Com lenda ninguém discute, só obedeçe. O negócio é dançar até o sapato pedir para parar. Aí a gente para, tira o sapato e continua a dançar pelo resto da vida.



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