Através da beleza de uma mandala de areia, é passado um sábio
ensinamento sobre a consciência da impermanência e o desapego. Depois de muito
tempo fazendo o mosaico, chega um monge e destrói tudo de uma só vez.
A prática serve pra mostrar que o que se construiu uma vida
inteira, com extrema paciência e concentração, pode ser destruído em questão de
segundos.
O trabalho da mandala de toda uma vida é demorado, minucioso. É preciso paciência. É preciso caprichar no desenho. Escolher
bem as cores. Descartar
os tons da guerra, os tons do ódio, da intolerância . Destacar os tons da
alegria, da poesia, da música. Da harmonia, do amor.
Por mais que tenha tido muito trabalho para conseguir
construir o que tem hoje, desapegue de tudo. E se você simplesmente soltasse? Você
está fazendo tudo o que poderia? Então relaxe, coloque menos tensão que tudo flui.
Porque nada dura. Tudo muda, tudo passa. Se perder a colheita de hoje, tudo bem. Semeie outra semente melhor para colher amanhã.
Não espere nada. Certezas demais machucam demais.
O desapego é sempre muito difícil para a grande maioria das pessoas. Esvaziar os armários, as estantes, as gavetas, dar as roupas, os livros, os objetos, doar, compartilhar, dividir, distribuir, para muitos nunca foi muito fácil.
O desapego é sempre muito difícil para a grande maioria das pessoas. Esvaziar os armários, as estantes, as gavetas, dar as roupas, os livros, os objetos, doar, compartilhar, dividir, distribuir, para muitos nunca foi muito fácil.
A energia da doação é muito forte e intensa. Uma vez vivida
essa energia, você nunca mais volta a acumular. Vai ver como é boa a sensação
de abrir um armário e vê-lo arejado, espaçoso, só com o que se usa. Parece que
a sua vida toda areja, toma um ar fresco, fica leve como um vento da manhã no
rosto.
É preciso abrir espaço para chegar o novo, para chegar o
melhor. É impossível esperar uma vida nova carregando junto com você uma vida
velha, arrastando uma mala embolorada e pesada com coisas guardadas durante
anos e anos.
Livros não se guardam, são lidos e repassados para outros
lerem. Roupas não usadas não se guardam, são dadas para outros usarem. Objetos
que não te dizem mais nada não se guardam, são doados para servirem a mais
alguém.
Só conserve aquilo que te emociona, que fala ao seu coração,
que canta à sua alma. E isso sempre é pouco, muito pouco. Guardar, esperando
que um dia vai precisar, que um dia vai servir, é guardar o medo dentro de você
mesma.
Acumular é insegurança, medo da falta, medo da carência. Ter
fé não é ter esperança, ter fé é ter confiança. Ter fé é desapegar, não
controlar, abrir mão. É abandonar os quereres. É confiar que o Universo sempre te trará o que precisa.
Abundância vem com o livre fluxo da energia. Quem dá é o que
mais recebe. Quem ajuda é o mais ajudado. Quem leva um sorriso para alguém recebe
milhares de sorrisos, vindos de todos os lados. Abra a mão, abra o coração. Não
fique com pena de dar, fique leve para dar. Tudo que não tem razão para ficar
tem uma ótima razão para ir.
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