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terça-feira, 5 de setembro de 2017

UmaVida...Eu dou um jeito...

Um dia eu acordei me lembrando daquele  filme "Comer, Rezar, Amar" e me vi em um desses lugares mágicos e espirituais, como Bali, repleto daqueles mestres que já viveram milhões de vidas.
Eles vêem com aquela enorme bagagem de sabedoria ancestral que só quem já nasceu e morreu inúmeras vezes carrega.

Eu me via ali, no meio da natureza, me embebedando com aquele aprendizado todo. Dizem que a gente tem que pedir para esses mestres virem até nós, senão eles não vêem. Eu queria ter contato com esses mestres. Eu queria conversar com essas almas velhas. 

Eu me encaixo nesses lugares espirituais de trocentos mil anos. Um dia vou pra uma ilha da Indonésia, como Bali, montar meu acampamento e rodar meu longa metragem. Sendo a estrela do meu filme. Sendo ninguém, indo a lugar nenhum, sem necessidade de nenhuma razão para existir. Só fazendo arte.

A arte pra mim é a minha meditação, um encontro sagrado com Deus. Ela já me levou para passear no meio de tecidos e bordados lindos, no meio de tintas e pincéis de todas as cores e agora quiz me levar para passear no meio de letras e palavras inspiradas. Juntos já fizemos de tudo. Tecidos já vestiram corpos, telas já vestiram paredes, agora palavras vestem corações. 

Ela sempre soprou nos meus ouvidos: nunca se esqueça de ouvir seu coração e ir por onde a sua alegria está. Há anos faço o que ela me pede porque é ali que encontro a minha luz. É ali que eu canto melhor. É ali que todo dia eu ajoelho e faço a minha oração. 

Conta-se que Salvador Dali repetia para seus amigos: "eu nunca trabalhei, sempre me diverti e o melhor é que as pessoas ainda pagam milhões de dólares para eu fazer exatamente o que mais gosto". 

Como Dali, não sinto que eu trabalho, eu sinto que me divirto em tudo. Na pintura, na escrita, na vida, na lida de todo dia. Dessa busca eu não desisto, de passar uma vida toda dentro de um parque de diversões. Só em busca da minha alegria de criar. Todos os que amam o que fazem vivem melhor. 

Nunca contei o meu tempo em anos vividos, sempre contei o meu tempo em emoções vividas. Pra mim só existe um tempo, o tempo do coração, "emotion heart". 

E nesse assunto, ainda dá tempo de fazer uma baguncinha boa. A gente morre a partir do momento em que não nos apaixonamos. Não dá pra viver sem alguma paixão...por alguém, por um trabalho, por um ideal, por um sonho. A alegria da vida consiste em ter sempre algo pra fazer, alguém para amar e algo para esperar.  

Pra nos mantermos vivos, como diz o Boni, depois dos sessenta a gente tem que arrumar encrencas. Que eu continue craque nisso...em arrumar encrencas. Que eu me faça esse favor, de nunca me aposentar em emoções. 

Emoções são como flores, enfeitam e perfumam a vida da gente. Que eu caminhe dentro de um jardim de emoções. Aquelas que fazem mais sentido, as mais fáceis, as mais naturais, as mais simples. Aquelas que brotam no pé da cerca sem você nem esperar por elas. 

Entrei na vida com os sapatos confortáveis. Eles me fazem persistir, não desistir nessa caminhada longa em busca do meu sentido pra vida. Meu segredo é a escolha de como reagir às intempéries, fugindo do drama do dia a dia. 

Quando eu saio e está chovendo, eu posso escolher como encarar esse mau tempo. 
Eu posso ficar de mau humor porque posso me molhar, ou posso virar o rosto para a chuva e sorrir ao sentir a água fresca entrando na minha boca. Como pode ver, a escolha é verdadeiramente apenas minha. 

Depois de um tombo, sempre fico um pouquinho no chão. Olho pra cima e para o arco-íris lá encima me lembrando pra tentar de novo. Como aconselha o brilhante leonino Caetano Veloso: "Não, meu nego, não traia nunca essa força não, essa força que mora no seu coração". 

A força de me reinventar a cada tombo, a cada deslize, a cada passo mal dado. O lance é criar uma fantasia nova a cada dia porque sempre tem um outro carnaval chegando.  É assim que nos tornamos fortes.

Depois de tanto tempo plantando flores em palavras para fazer brotar um jardim dentro de um livro, essa jardineira aqui acabou ficando meio fora do ar. Abandonou um pouco as coisas práticas do dia a dia e levantou asas mesmo. 

Um dia, chegando com compras do supermercado e já meio cansado de me ver sentada na lua de novo e tão fora desse mundo, o Rui me disse: "Se eu morresse hoje você estaria perdida." Eu disse: "Estaria mesmo, mas eu dou um jeito". E ele: "Isso eu sei que dá porque inteligente você é". 

A vida nunca me deu motivos para ter medos, sempre foi generosa comigo e porque deixaria de ser em algum momento? Como sabe que não gosto de passear pela vida sozinha e se tivesse algum tempo ainda, até poderia me trazer um outro "Minhoco" bem madurinho, lindo, gostoso e cheiroso. 

Que continuasse cutucando a terra pra mim e me deixasse quietinha só pra completar meu vôo, atravessando todos os sete mares pincelando poesia por todos os andares. Faria o mesmo contrato bem feito, com tudo servido à francesa...um põe comida no prato e outro sonhos na mesa.

Aprendi a decifrar os sinais cósmicos. Se Deus não quisesse que eu voasse, não teria me feito passarinha. Como Fernão Capelo, quando me levanto bem cedinho já escovo e penteio minhas duas asas com vontade. Voar é importante, mais que comer e  viver. 

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