Não podia ser mais perfeito...

Hoje, 26 de julho se comemora o Dia dos Avós. Tudo começou com a minha avó que me deu o meu primeiro instrumento de trabalho como artista, uma máquina de costura. Passei uma vida bordando e emendando os retalhos da minha história. 
Ela está quase pronta e me orgulho dela. 

Com as minhas netas, o discurso mudou um pouco.

Do artezanato tive que dar uma volta de 360 graus e ir para a tecnologia. 
Ao invés de simplesmente enfiar uma linha na agulha, tive que conectar a minha mente em mil fios para conseguir fazer algum trabalho com elas.
Ao invés de seguir um risco de bordado, precisei escorregar, sair do risco, inovar e nunca parar no tempo pra tentar ser uma vovó mais moderna. 

Só para ver minhas netas rindo sem parar, eu faço de tudo em matéria de irreverência.

Aumento o som, tiro um coelho da cartola, monto uma coreografia louca e as tiro pra dançar. 

É uma outra geração, é um outro mundo. 
Eu não tinha mesada, não tinha desejos, não tinha paixões.

Não pensava no futuro e nem caminhava muito rápido.

Agora, eu tenho que apressar o passo, senão eu fico pra trás. 

Mas tudo vale a pena porque afinal, netos são filhos com açúcar. 
Ganhei seis torrãozinhos de açúcar na forma de seis princesinhas...Manuela, Isadora, Marina, Antonella, Alice e Paola.

Devo ter feito tudo muito bem feito em outras vidas para ganhar nessa vida um mundo tão doce, tão cor-de-rosa, tão cheiroso, tão feminino. 

Costura eu tenho até demais. 
Tenho 6 lacinhos para enfeitar, 6 boquinhas para pintar, 6 rabos-de-cavalo para amarrar, 12 marias-chiquinhas pra fazer, 12 brinquinhos pra colocar, 60 unhazinhas pra pintar, 120 pulseiras pra bordar, 340 músicas para dançar e 430 tombos para cair e levantar. 

Mesmo que essas borboletinhas não parem nunca de rodopiar e eu precise tirar 30 fotos para aproveitar só uma, tenho 500 dias pra agradecer.

Não podia ser mais perfeito!