Primeiro frio de verdade desse ano, sou feliz se não me engano. Já sei o
que vou fazer. Vou passar meu dia escrevendo Leminsky no vidro.
Sorte eu resolver me gostar, porque como uma
passarinha toda enroscada em suas penas para se aquecer, hoje seria um bom dia
pra me cansar de mim.
Mas eu dou conta de mim, afinal me orgulho dos meus
méritos e dos meus desastres, todos feitos por mim mesma, sozinha. Assinei
com prazer todas as minhas obras, deixando de culpar as estrelas por tudo.
Sempre há algum aprendizado.
Não tem maior poder pessoal que acariciar erros e
acertos antes de passar uma última demão de verniz, finalizando a obra. Por
último, um spray suave à base de paz de espírito. Isso sim é uma libertação.
Felicidade não é algo que se atinge um dia ou se
alcance em algum lugar. Felicidade não é um ideal, ela é real. Felicidade está
no ar, presente o tempo todo junto com a gente.
Eu me lembro que sempre gostei de dar importância
às pequenas ocasiões, aos pequenos encontros, como um jantarzinho, um
aniversário, um almoço de domingo. Se alguém dizia que vinha na minha casa, por algum
motivo bobo qualquer, eu corria para acender velas, colocar aromas, flores,
músicas. Como isso sempre me dava muito prazer, acabou virando um ritual.
Sempre achei que é preciso pitadas de magia no dia
a dia pra adoçar a vida. Nem sei porque eu fazia aquilo. Sempre alguém
questionava: Pra que tudo isso? Nunca soube o que dizer.
Acho que inconscientemente eu seguia a cartilha de
Osho: "A vida deveria ser uma celebração contínua, um festival de luzes
por todo o ano. Somente então você pode desenvolver, pode florir. Transforme
pequenas coisas em celebração. Tudo o que você faz deveria ter a sua
assinatura. Assim a vida se torna uma celebração contínua."
Eu celebro também as mudanças das estações do ano.
Elas nos dizem tanto das estações da vida. Ora verão, ora outono, ora inverno,
ora primavera. Agora estou aqui celebrando o frio. Muitos graus a menos, muitas
cobertas a mais, muitos filmes e livros a mais.
E chega de dramas de artistas. Vi um filme de uma poetiza sul-africana Ingrid Jonker que se suicidou no mar. Depois um filme sobre uma poetiza portuguesa famosa, Florbela, que morreu de tristeza aos 38 anos de idade.
E chega de dramas de artistas. Vi um filme de uma poetiza sul-africana Ingrid Jonker que se suicidou no mar. Depois um filme sobre uma poetiza portuguesa famosa, Florbela, que morreu de tristeza aos 38 anos de idade.
Por aqui, essa outra artista, que nem é poetiza nem
nada, se tudo correr bem deve morrer por volta dos cem anos. Causa
mortis...ALEGRIA!
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