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sexta-feira, 14 de julho de 2017

A coragem de ser quem se é...

De uns quatro anos para cá, estou em um redemoinho, vivendo constantemente muitas transformações, muitas mudanças. Quando eu acho que eu já liberei um monte de crenças e padrões antigos, eu reconheço mais outro tanto deles para liberar. 

Uma das coisas que eu reconheci enganosa e equivocada em mim, foi a respeito da minha forma insegura de me expressar no mundo social lá fora. Quando eu saia de casa, eu pegava minha bolsa e a minha máscara e vestia muitas vezes um personagem qualquer, idealizado por mim. Entrava no palco com ele e representava a minha peça teatral da melhor forma que eu conseguia.

Mas eu não tinha consciência desse personagem, de tão automatizada que eu estava em não me revelar realmente como eu era. Hoje eu vejo que a minha forma de me apresentar ao mundo lá fora, muitas vezes tinha a ver com uma baixa autoestima e com o medo. Medo de sofrer, medo de ser criticada, medo de não ser amada.

Em uma época da minha vida eu era totalmente voltada pra fora, tentando me encaixar nesse quebra cabeça enorme do planeta e encontrar o meu lugar no mundo. A minha personalidade sempre foi social, mas muitas vezes me embananava com a minha insegurança.

Eu me lembro bem das inúmeras vezes que eu me sentia desconfortável em várias situações. Sabe o que eu fazia? Eu ignorava. Meu coração gritava e eu fingia que não ouvia. E continuava tendo as mesmas atitudes com os mesmos desconfortos, por muitos e muitos anos. Afinal, porque algo que eu amava tanto fazer, me trazia tanto desconforto? 

Tantos anos assim, não querendo mexer nessa minha insegurança diante da vida, acabou criando um monte de padrões negativos que traziam sempre situações repetitivas. Só agora, com muito auto-conhecimento, estou conseguindo liberar aos poucos. E soltar isso não é fácil, não é mesmo. 

Se eu bobear, eu caio de novo, de novo e de novo no mesmo buraco, repetindo as mesmas atitudes e colhendo os mesmos resultados. Isso definitivamente eu não quero mais pra mim. Foi uma decisão muito forte essa que eu tomei de não me repetir mais nisso. 

O que teve que acontecer então, para eu conseguir viver e não boicotar esse meu processo de morrer de um jeito e renascer de outro? Tive que acelerar o meu conhecimento de mim mesma e procurar ver onde eu projetava as minhas carências. 

Criando um monte de atividades lá fora, eu vestia um personagem social inseguro, amendrontado. Hoje eu vejo que essa minha busca compulsiva por estar sempre fazendo algo fora de mim, no fundo no fundo era uma baita fuga de mim mesma. Parece que eu tinha sempre que provar algo para mim e para o mundo, criando um monte de projetos e planos  que nunca acabavam.

O antídoto para a doença seria então fazer o contrário. Parar de correr atrás de alguma coisa e fazer um pitstop no box para arrumar a engrenagem. Voltar para dentro de mim mesma e esquecer o mundo lá fora por um tempo, até eu me fortalecer e ganhar confiança. Eu tive que me isolar, ficar mais quieta e desistir de querer sempre chegar a algum lugar. 

Me prometi a não fazer mais planos e me distrair com eles o tempo todo. Me prometi a me suportar sem eles. E tem dado certo. A mente vai clareando, os sentimentos e as emoções vão ficando mais nítidos e você começa a saber afinal quem é você de verdade. Começa a apagar com uma borracha toda aquela figura que você criou meio borrada, meio estranha e devagarinho começa a desenhar, a delinear uma nova pessoa. 

Em uma outra época, eu pensaria assim: "nossa, que pena eu não ter me dedicado ao autoconhecimento mais cedo". Mas não é bem assim. Tudo tem a hora certa pra acontecer. Tudo que passamos, todas as dificuldades que vêem são experiências para nos levar a ele. Só através delas é que aprendemos mais sobre nós mesmos.

Por mais desafiante que isso seja, saímos mais fortes, mais equilibrados, mais confiantes, porque aprendemos a nos conhecer, a lidar melhor com nossos próprios sentimentos e emoções. Aprendemos a não permitir mais que eles nos controlem e passamos a ser donos de nossas emoções. É essa a verdadeira lição da vida.

Quando isso acontece, nos enriquecemos, nos perdoamos e passamos a nos ver como um velho amigo, que se conhece profundamente. A partir da nossa própria dor, vamos nos tornando os mestres da nossa vida, os mestres das nossas emoções, daquilo que sentimos e como reagimos. 

Uma das mais duras provas da vida é a falta de aceitação com aquilo que somos e assim, para não sofrer, ficamos desfilando personagens falsos nesse teatro da vida. Não contamos que muitas vezes o espelho nos coloca diante de nós mesmos, de nossas carências, daquilo que sempre acreditamos ser mas não somos, a dor vem e derruba tudo, como as cartas de um baralho. 

Essa é a lição da vida, abaixar o orgulho, que se veste de uma máscara para se proteger, por medo de se entregar e sofrer. Aprender a ter humildade diante de nossas escolhas, de nossos sentimentos, para que ao menos possam ser verdadeiros. Humildade para aceitar quem somos de verdade.

No fundo, no fundo, a busca de todos nós é a busca pela liberdade. Mas não para sermos livres diante do mundo, mas sim para sermos livres para nós mesmos. Vale a pena buscar por essa liberdade de sermos verdadeiros e autênticos para sentir tudo aquilo que somos. Vale a pena buscar por essa coragem de sermos livres para ser e amar tudo aquilo que somos. 




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