Filme "Refém da Paixão...

Sessão Pipoca. O Filme “Refém da Paixão” (Labor Day). A trama apresenta uma família dividida por um divórcio. Mãe (Adele) e filho (Henry) vivem sozinhos. O garoto vê o pai e sua nova família aos domingos e se sente responsável por cuidar da mãe.

Ver Kate Winslet numa tela, interpretando Adele, uma mulher sofrida, angustiada e tensa, é uma das grandes felicidades da vida.  
Durante um passeio, o garoto encontra o misterioso Frank sangrando, e mãe e filho são obrigados a ajudá-lo.
Mais tarde descobrem que o homem é um criminoso foragido da polícia.
Frank acaba passando 5 dias na casa de Adele, foragido, se escondendo da polícia.
São 5 dias intensos que se desenrolam numa história sensível, delicada e apaixonante.
Aos poucos, Frank vai conquistando a confiança de ambos, vai preenchendo o vazio daquela casa, daquelas vidas.

Uma atmosfera densa em um filme de romance, faz com que nos envolvamos na história e na vida de Adele de tal maneira que, assim como ela, acabamos também apaixonados por Frank.
Frank começa a ter o papel masculino na vida de Adele e paterno na de Henry.
Como um bom homem de casa, ele concerta a escada, a porta, o carro, ajuda Henry a jogar beisebol, lhe ensina valiosas lições de vida e tudo isso vai conquistando tanto a ela quanto a nós, os espectadores.
É lindo quando Adele o ensina a dançar.
Tamanha é a delicadeza do filme que em um determinado momento Adele explica para Henry sobre sexo, dizendo que o mais importante ninguém ensina ou explica. Que por trás do sexo existe sentimento, existe uma sensação, existe anseio naquela pessoa ao qual estamos amando. Que não é apenas sexo, é todo um conjunto, todo um envolvimento muito maior e que se transforma em algo superior. As palavras dela ao filho: 
"Por todas as discussões de partes do corpo e hormônios eles esquecem de mencionar o que se sente. Há outro tipo de fome. A fome pelo toque humano. Desejo. As pessoas nunca explicam como é o anseio."
Com uma pitada forte de amor pela culinária, tem uma cena belíssima e muita delicada que Frank os ensina a fazer uma torta de pêssego.
Refém da Paixão tem uma história linda e trata da vida e seus percalços...perda, esperança, superação, confiança, esperança, amor...fala da ausência, da falta do contato, do olhar, das palavras.
Retrata como as aparências enganam e como as pessoas julgam as outras sem antes conhecer suas histórias de vida.
Confesso que fiquei meio apreensiva em uma boa parte da história.
Tinha receio que algo de ruim pudesse acontecer com Adele e o filho, convivendo com um criminoso dentro de casa.
Na verdade tudo se transformou em uma grande e linda história de amor. 
Que nos conforta, nos aquece, nos faz acreditar, mais uma vez, no amor e nas relações.
Passamos acreditar um pouco mais nas pessoas, na humanidade e o quanto pessoas imprevisíveis podem nos surpreender.
É uma daquelas obras com um coração enorme, uma poesia retratada com sensibilidade e feita com muito sentimento.
Sem a pretensão de ser nada muito excepcional, acaba nos conquistando pela sua simplicidade.
Porisso mesmo é uma obra belíssima, humana, delicada.

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