O vício nosso de cada dia...

Todos nós temos nossos vícios, nossos desejos e paixões. Quando estamos conversando em uma roda, conseguimos reconhecer bem o desejo de cada um e o que faz seus sinos tocarem . 

É difícil ver alguém com os olhos brilhando, falando que sua grande paixão é um hobby, uma diversão, um prazer, um passatempo, algo não necessariamente ligado ao ganhar dinheiro.
No rank dos desejos ganha de longe a moeda, o cifrão, o dindim.
O trabalho em si nunca é visto como uma fonte de prazer.
Mesmo descontente, entediado e sem prazer nenhum, o homem médio passa a maior parte do seu tempo trabalhando num escritório, numa oficina, na terra, em uma empresa, ou em qualquer outra ocupação, só pela necessidade de ganhar dinheiro para o que comer, para o que beber, para o que vestir, para ter onde morar e quem sabe para poder ter alguns prazeres.
Poucos e afortunadas pessoas podem ganhar a vida fazendo o que mais gostam de fazer, trabalhando no mesmo lugar onde está seu prazer, onde está a sua alegria. Como um pintor ou um músico, que mesmo sem ter a necessidade de ganhar dinheiro, continuam seu trabalho, porque em geral, o trabalho é parte deles e torna-se um prazer.
Há todos os tipos de desejos, mas o mais comum em um mundo tão materialista, é ganhar muito dinheiro através de algum trabalho.
Se acontecer desse trabalho trazer uma recompensa grande financeiramente falando, ele passa a ser prioridade em sua vida.
Um justo motivo para deixar abaixo todo o resto...família, lazer, amigos, saúde.
O único esporte praticado é correr todo o tempo atrás da grana, parecendo um Triathlon...superando desafios, passando por cima de todos os obstáculos, em todas as horas em todos os dias de sua vida.
Os desejos do coração, coitado, não têm vez e nunca são ouvidos.
Os assuntos de quem só vê cifrões na frente são bem limitados, os interesses em outros áreas são muito poucos e se resumem mais a esse seu único universo. É porisso que normalmente ele atrai uma turma parecida com ele, que tem a mesma vibração...gosta de falar só de dinheiro.
Até quem já o tem suficiente, acorda e dorme pensando em como multiplicá-lo cada vez mais, principalmente se tiver adquirido o hábito de amar o dinheiro por amor ao dinheiro.
Ele vira o dono do seu tempo, o centro da sua vida, o motivo das suas escolhas, a razão de estar vivo.
Quando percebe já é muito tarde...se tornou um viciado difícil de tratar, praticamente incurável.
O poder que ele traz é sedutor, com uma propaganda enganosa que com ele toda a sua vida está resolvida.
Até aí tudo bem, é bom gostar do dinheiro, porque ele é necessário, muito necessário.
Mas por ser uma coisa puramente física, ele não basta e junto com o crescimento material tem que vir o crescimento em todas as áreas.
Somos seres físicos, emocionais, mentais e espirituais.
Quando o foco da vida se resume a um nível puramente físico, na busca da sobrevivência e dos prazeres terrenos, a vida toda se nivela em um nível inferior, mais baixo e não muito diferente do nível dos animais que vivem só para caçar, alimentar, dar teto e comida para seus dependentes.
A um nível emocional, mental e espiritual, nada acontece, nada evolui, nada se eleva a uma vibração superior.
Não somos galos e galinhas para ficar só ciscando na terra...
Somos pássaros, somos gaivotas, temos asas para subir mais, para elevar e chegar aos céus.
Devemos nos interessar de um modo mais inteligente por coisas mais altas, superiores, pela ciência, pela arte, pela música, pela literatura e pelas belezas da natureza.
Quando eu tenho a oportunidade de estar no meio de mais gente, eu tenho a clareza e a certeza de quais são meus maiores desejos.
A maioria das pessoas fica excitada, eufórica demais, por algo que vai lhe trazer algum prazer físico...ou um dinheiro, ou uma comida, ou uma compra, ou uma viagem turística, ou uma diversão. 
Eu fico excitada, eufórica demais, por algo que vai me trazer um prazer de alma, uma vibração espiritual mais elevada que é a alegria, a vibração mais próxima a Deus.         
Essa vibração em mim é muito nítida, eu dou na cara demais da conta e não consigo esconder.
Fico falante, empolgada, entusiasmada, desinibida, corada e quero puxar todo mundo para ela.
Com as bochechas vermelhinhas, quem me vê, acha que eu  passei a noite em um boteco tomando várias taças de vinho.
Se é para ter um vício, eu sou viciada mesmo é em alegria e pego fogo para trazê-la pra minha vida.
Eu vibro por uma outra pessoa quando vejo que ela foi promovida no trabalho e vai ter um reajuste material, financeiro, mas eu vibro muito mais quando vejo que ela foi promovida na vida e vai ter um reajuste espiritual, de alma.
Vai receber uma cota a mais da alegria da paz, por merecimento pelo seu esforço.
Um pouco mais dela caindo no seu cofrinho, na sua conta do dia a dia, é tudo de bom.
Isso sim é receber a gratificação dos sonhos.
Isso sim é ser promovida de verdade.