Um dos rituais mais interessantes da tradição budista é a preparação de
uma mandala de areia. A mandala é
desenhada com um pó de mármore, proveniente de pedras encontradas nos rios que
descem da cordilheira do Himalaia.
O pó, depois de moído, lavado e seco ao sol,
é misturado com pigmentos não-tóxicos. Para formar as principais cores,
como amarelo, verde, vermelho e azul.
Preparar uma mandala é como realizar uma
longa meditação. É uma forma de entender melhor nossa
existência. Esse ritual passa o sábio ensinamento sobre a consciência da
impermanência e o desapego.
Um dos momentos mais emocionantes do ritual tibetano é o desmantelamento
da mandala, assim que ela está terminada. Depois
de muito tempo fazendo o mosaico, chega um monge e destrói tudo de uma só vez.
A prática serve pra mostrar
que o que se construiu uma vida inteira, com extrema paciência e concentração,
pode ser destruído em questão de segundos.
Este é o principal ensinamento da mandala de areia. Que tudo na
vida é impermanente, tudo faz parte do ciclo de nascimento, morte e
renascimento.
Na nossa existência, tudo muda
constantemente: O fraco se transforma em forte, a beleza em feiura, a pobreza
em riqueza ou a saúde em doença.
O trabalho da mandala de toda uma vida é
demorado, minucioso. É preciso paciência. É preciso caprichar no
desenho. Escolher bem as cores.
Descartar os tons da guerra, os tons do ódio,
da intolerância . Destacar os tons da alegria, da poesia, da
música. Da harmonia, do amor.
Por mais que tenha muito trabalho, por mais
que esteja demorando muito, nunca desista de seu sonho. Mas desapegue. E
se você simplesmente soltasse?
Você está fazendo tudo o que poderia? Então relaxe, coloque menos tensão que tudo flui. Porque nada dura. Tudo muda, tudo passa.
Se perder a colheita de hoje, tudo bem. Semeie outra semente melhor para colher amanhã. Não espere nada. Certezas demais machucam demais.
Nenhum comentário :
Postar um comentário