Sessão Pipoca. Filme "Coma água para
chocolate". Que delícia de filme, sensual, caliente, poético, de querer
passar o dedo e lamber. O filme conta a história de amor de Pedro e Tita e a
história de ódio da mãe Elena.
Graças ao cuidado com o roteiro e a fotografia,
o filme nos transporta para o mundo da cozinha de uma casa mexicana.
Com todos os seus
cheiros, sabores, suores e lágrimas.
Sucesso de público e crítica no mundo
todo, não é à toa que o filme foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme
Estrangeiro.
Foi incluido na lista dos 100 melhores filmes do cinema mexicano,
sendo considerado até hoje um marco do cinema latino.
Adorei
essa história contada para Tita pelo médico apaixonado por ela.
"Como
vê, todos nós temos em nosso interior os elementos necessários para produzir
fósforo. E além disso deixe-me dizer-lhe algo que nunca confiei a ninguém.
Minha avó tinha uma teoria muito interessante: dizia que ainda que nasçamos com
uma caixa de fósforos em nosso interior, não podemos acendê-los sozinhos porque
necessitamos, como no experimento, de oxigênio e da ajuda de uma vela. Só que
neste caso o oxigênio tem provir, por exemplo, do alento da pessoa amada. A
vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia, palavra ou som que
faça disparar um detonador e assim acender um dos fósforos. Por um momento nos
sentimos deslumbrados por uma intensa emoção. Se produzirá em nosso interior um
agradável calor que irá desaparecendo pouco a pouco conforme passe o tempo, até
que venha uma nova explosão a reavivá-lo. Cada pessoa tem de descobrir quais
são seus detonadores para poder viver, pois a combustão que se produz ao
acender-se um deles é o que nutre de energia a alma. Em outras palavras, esta
combustão é seu alimento. Se uma pessoa não descobre a tempo quais são seus
próprios detonadores, a caixa de fósforos se umedece e já não podemos acender
um só fósforo. Se isso chegar a acontecer, a alma foge de nosso corpo, caminha
errante pelas trevas mais profundas tentando em vão encontrar alimento por si
mesma, ignorando que só o corpo que deixou inerme, cheio de frio, é o único que
podia lhe dar isso. Se alguém sabia disso era ela. Infelizmente tinha de
reconhecer que seus fósforos estavam cheios de mofo e umidade. Ninguém podia
voltar a acender um só."
Me deu uma vontade de gostar de cozinhar e ficar
na beira do fogo.
Se sou uma caixinha de fósforos, acendê-los um a um e manter
o meu fogo interior aceso.
Senão a gente mofa, embolora.
Uma hora a cozinheira
diz: "Coma, Tita, tristeza com pão é melhor."
E aquele manjar dos
deuses...codornas com pétalas de rosas...hummmm!!!
E aquele final dos deuses...hummmmm!!!
Não vou contar mais.
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