Que bom sentir que se está caminhando em direção à porta da frente. Hora de acolher a alma, de abraçar o silêncio e desafogar a
alma.
Momento de ter a coragem de dizer para o mundo: desculpem- me, vou para o
meu quarto e só saio quando meu coração pedir.
Já não me interesso mais por esse supermercado enorme, onde
se perde horas e horas, as pernas se cansam, tentando escolher um produto no
meio de milhares deles, para se sentir bem alimentada, de corpo e alma. Com uma
cardeneta na mão, agora eu só quero dar 10 passos, até aquela vendinha na esquina,
escondida lá no fundindo da alma, onde eu sei que em 20 cm quadrados encontro
todo o alimento do mundo. Essa vendinha charmosa, com uma fachada linda e
sugestiva, em formato de livro
Em um supermercado e em tudo na vida, nossos olhos trabalham
seguindo a lei da atração. Onde seus olhos pousam? O que te atrai? Para onde é
movido puxado por uma força estranha? Os meus são os grandes mestres, os
grandes professores, os grandes homens e mulheres. Essa gente inspirada que
viraram os conceitos desse mundo de cabeça de baixo, como uma revoada de
borboletas sacudindo ventos parados.
Desculpe meu mundo, você não pode reclamar. Até agora, já
marquei demais a minha presença nesse enorme hipermercado, barulhento,
estridente, intrigante. Agora, já não me restam mais as mesmas primaveras,
então, tenho que fazer escolhas. Daqui para a frente, vou para o meu quarto,
para aquela vendinha de esquina charmosa e começar a assinar meu ponto por
lá...e me juntar com essa turma iluminada.
Minha alma pula, meu coração dispara, minha alegria explode. Essa eterna aprendiz até já se fantasiou de estudante. Saia pregueada de um
azul atrevido, meias brancas sedutoras até o joelho, um rabo de cavalo para
abanar as idéias, uma mochila cheia de livros debaixo de um braço e uma cheia
de sonhos debaixo do outro. Novos amigos me esperam.
Já está tudo piscando, reluzindo, como uma árvore de Natal. O
cenário já está pronto, a música já me acolhe, tudo cheirando flor do campo.
Enfim, chegou meu grande dia. Crianças pela casa, flores pelo chão, livros pela
casa, paz pela alma. Quero perder minhas horas, meu sapato, meu tempo inteiro
procurando outro tipo de alimento, naquelas prateleiras que tem
sabedoria para vender.
Já me precavi e coloquei óculos mais escuros porque quero
mais luz ainda na minha vida, e não só aquela do Sol lá fora, mas aquela
escondida dentro de páginas e páginas. Na música, as palavras caminham
soltinhas, desinibidas, balançando em uma estrada cheia de curvas sensuais...no
papel, as palavras desfilam, caminham devagarinho, pacientes, uma atras da
outra, em uma estrada retilínea, carregando uma fila indiana de poesia.
De vez em quando uma ou outra tropeça e perde o sapato...e ri
de si mesma. Música e poesia é vida interior...e quem tem vida interior nunca
está sozinho. As belas imagens do caleidoscópios se fazem com coisas
simples...caquinhos de vidros, clipes, tachinhas, pedrinhas...as belas
mensagens dos livros se fazem com caquinhos de palavras, letras, pingos,
pontinhos. Isso acontece através das mãos dos artistas que têm a capacidade de
produzir o belo com o insignificante.
Enfim, cansei...vou ficar um pouco aqui nessa estação. Agora
vão só as minhas palavras, levando só o que eu tenho a dizer, compartilhando só
o que me emociona, carregando um tiquinho de mim para amaciar suas noites. Se
eu exagerar na dose, por favor, feche as janelas do seu coração.
Já está ficando com saudades? Me desculpe, meu bem, é que
agora eu só acredito em saudades acompanhadas de uma visita. Tem gente
maravilhosa que, de repente, vai ficando longe, difícil de ver e aí dança. Só
mais uma coisa. De vez em quando me chame, me grita, e veja se respiro, porque
se bobear viro lua...e só apareço de noite.
SEMPRE QUE PRECISAR DE INSPIRAÇÃO PARA COLORIR SUA VIDA, VENHA AQUI ME VISITAR, PORQUE AFINAL UM POUCO DE ALEGRIA NUNCA FEZ MAL PARA NINGUÉM
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
UmaVida...Se bobear viro lua...
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